Saúde

Transtorno do Espectro Autista: como identificar, cuidar e conviver

Preocupada com o crescimento do número de diagnósticos de casos ao redor do mundo e, principalmente, com o preconceito e dificuldade de inclusão dessas pessoas, a ONU decidiu, em 2007, instituir abril como o mês da conscientização sobre o autismo, promovendo ações em todo mundo com o objetivo de esclarecer a sociedade sobre esse tema.  Nós, aqui do Novo Shopping, não podíamos ficar de fora dessa campanha!

Por isso, vamos reproduzir aqui alguns pontos da cartilha produzida pelo Instituto Olga Kos, uma entidade sem fins lucrativos que atua com o apoio de profissionais que possuem a experiência, habilidades e conhecimentos técnicos para promover o desenvolvimento e evolução dos portadores do Transtorno do Espectro Autista. Vamos entender mais sobre esse assunto?

Como reconhecer a TEA

Dificuldade de comunicação e interação social, atraso no desenvolvimento motor, hipersensibilidade sensorial e comportamentos metódicos ou repetitivos são algumas das manifestações mais comuns da TEA, uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico da pessoa.

Existem sinais que podem facilitar a identificação desse transtorno. Por exemplo, quando a criança não estabelece contato visual, não aponta objetos e não responde ao ser chamada pelo nome. Nesses casos, a família deve procurar ajuda o mais rapidamente possível, buscando um diagnóstico confiável e, uma vez confirmada a TEA, auxílio profissional para dar todas as orientações.

Compreender a situação é o primeiro passo para proporcionar o desenvolvimento de quem tem TEA. Mas isso também é fundamental para quem vai conviver com o paciente. Observar e conhecer seu modo de se comunicar, por exemplo, ajuda a vencer o impacto por vezes assustador do diagnóstico, levando à constatação de que a pessoa pode sim  fazer parte da família, ser produtiva e participar das mais diversas atividades ao longo da vida, desde que se respeite o seu modo de ser, individual e único.

Verdades e mentiras sobre o TEA

O Transtorno de Espectro Autista sempre esteve cercado de estereótipos. Muitos deles, sequer condizem com a realidade, apenas alimentam o preconceito.  Superar essa desinformação é importante para permitir a integração, assegurar o desenvolvimento e garantir qualidade de vida a quem tem TEA. A cartilha do Instituto Olga Kos relaciona algumas dessas verdades e mentiras

–  Comunicação:

Pessoas com Transtorno do Espectro Autista não conseguem se comunicar? Essa é uma teoria superada. Cada vez mais se observa a capacidade de interação e de convivência com outras pessoas por parte de quem tem TEA.

– Afetividade

Pessoas com TEA não gostam de outras pessoas? Gostam sim. Nota-se que elas costumeiramente buscam aproximar-se de outras pessoas, demonstrando preferências e  estabelecendo assim ligações afetivas.

– Capacidade Intelectual

As pessoas com TEA têm talentos especiais? Isso nem sempre acontece.  Algumas vezes há sim uma habilidade específica mais desenvolvida. Da mesma forma, a pessoa com TEA pode não apresentar uma deficiência intelectual, embora algumas vezes isso ocorra.

– Comportamento

Crianças com TEA sempre balançam objetos? Movimentos repetitivos como esse podem ser observados em crianças que têm Transtorno do Espectro Autista. Mas não impedem que elas aprendam outros movimentos também.

Pessoas com TEA também podem ter um ou mais sentidos aguçados. Quando isso acontece, suas reações podem ser intensas, já que a sensibilidade torna o estímulo – como o barulho ou um cheiro ruim – simplesmente insuportável.

 Outra característica é que o comportamento da pessoa revela dificuldade de lidar com mudanças que acontecem no ambiente em que vive, mesmo que sejam mudanças pequenas e rotineiras. Por isso, é preciso explicitar essas situações para que as pessoas  com TEA possam aprender a organização e o funcionamento do espaço em que vive.

– Relação com o mundo

 A pessoa com TEA vive em um mundo próprio e não reconhece o mundo externo? Não é verdade. Ela tem seu próprio mundo, assim como todas as pessoas, e pode se relacionar quando se demonstra respeito diante de seu modo de ser.

– Escola

Crianças com TEA tem de ter escolas especiais? De forma alguma! Crianças com TEA devem frequentar escolas comuns e devem ter suas necessidades específicas atendidas por atendentes especializados, como está previsto na lei. O TEA não impede que a pessoa aprenda e se desenvolva, não há barreiras intransponíveis, embora a dificuldade de relacionamento interpessoal desses estudantes represente um desafio para familiares, professores e terapeutas que devem buscar caminhos para se aproximar deles e estabelecer ligações afetivas e relacionamentos.

– Trabalho

As pessoas com TEA não podem trabalhar? É outra inverdade. Adultos com TEA estão inseridos no mundo do trabalho e, muitas vezes, apresentam fortes habilidades nas atividades profissionais, como boa memória e capacidade para perceber padrões.

Como tratar do TEA

A cartilha do Instituto Olga Kos deixa claro que o TEA não tem cura. No entanto, destaca o texto, atividades artísticas são modos de manifestação social e cognitiva que favorecem pessoas com TEA, que podem encontrar caminhos alternativos de expressão nessas atividades. Assim como as artes marciais proporcionam oportunidade de atividade física e ensinam valores importantes para a vida.

 Com o tratamento, busca-se aumentar a autonomia e desenvolver habilidades que possibilitem a interação com o ambiente e a comunicação. Quanto mais cedo se faz a estimulação, melhor será a inclusão dessa pessoa na sociedade e maiores as possibilidades de desenvolvimento pessoal e interpessoal.

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